Natália Correia Renato Varela
Há noites que são feitas dos meus braços / e um silencio comum às violetas / e há sete luas que são sete traços / de
sete noites que nunca foram feitas. / Há noites que levamos à cintura / como um cinto de grandes borboletas. / E um
risco a sangue na nossa carne escura / duma espada à bainha de um cometa. / Há noites que nos deixam para trás /
enrolados no nosso desencanto / e cisnes brancos que só são iguais / à mais longínqua onda do seu canto. / Há noites
que nos levam para onde / o fantasma de nós fica mais perto; / e é sempre a nossa voz que nos responde / e só o
nosso nome estava certo.