Nas arta copada
Onde o anu branco se aninha
Eu sou o vento que faz a folhagem sorrir
Na estrada batida
Onde desse o cargueiro gemendo
Eu sou o grito do peão e do boi o mogir
No estouro do raio
No lumiar de seu forte clarão
Na dança das nuvens
Sou os pingos de chuva no chão
Dos corgo nas grota
Do rastro do gado no pasto
Eu sou as cores que pintam de flor o sertão
Se sou légua já caminhei
Se saudade também chorei
Se fui longe pra me encontrar
To aqui, já voltei
Se na vida a alegria nos basta
Aventuras de um sonhador
Sou a música dos amantes
Esperança, fé e amor
Feijão gordo cuzido
No fogão aceso lá fora
Eu sou graveto
Lenha boa pra principiá fogo
Sou nas furna e lagoa
Sapaiada chamando chuva
Eu sou as curvas de um rio que é bom pra banhar
Nas noites de lua
Sou o brilho do orvalho e sereno
Nos dias claros
Céu azul e o sol a brilhar
Eu sou cantiga
A prosa, o verso e o jeito
De um violeiro
Que o que faz de sua vida é cantar