6- NA PISADA DO CABOCLO
(Caio Padilha e Riccelly Guimarães)
Mês de março bicho torto que abril coloca no prumo
Na pisada do caboclo o chão se parece moco
Pé forte bate no oco e o oco côco estremece o mundo
Suor desce feito chuva, palha avoa e sobe a lança
Caboclo no pátio sem rumo, os sete dias de dança parece que ainda é pouco
Pisa na Fulô, pisa na fulô
Malha o Judas quando canta sete loas de Bebé
Tu sabe como é que é, a festa varrendo tudo
Caboclo pega a chibanca, poeira não deixa toco
De tanta vadiação a terra vai descendo tudo
À sete palmos do chão parece que fica mudo
Parece que morre o povo, mas pisa firme de novo que o pé do Japão é fundo
Passando do centro da terra ninguém pensa mais em guerra
Nem major, nem capitão, nem padre, nem penitente
Descendo esse mundo louco, buraco sujo e imundo
Por dentro desse pipoco dou a volta num segundo
Olha a pisada do caboclo sonhador
O ôco da terra desde quando pisa na fulô
Pisa na fulô, pisa na fulô
O ôco da terra desce quando pisa na fulô
Pisa na fulô, pisa na fulô
Olha o côco na pisada do caboclo sonhador