13- CLARÃO
(Almir Padilha)
Um mato seco rasteiro tomava veredas antes meu caminho
Num desmantelo danado tudo amontoado, sem pai nem padrinho
Tomei assento a uma pedra e olhei fechado tanto desalinho
Ainda ouvi todo meloso, mas longe e medroso, cantar passarinho
Voltei pra retirar as pedras e preparar de novo o chão
Sou fonte, sou a água doce pra boca dessa plantação
Calada, seca, oprimida, restrita de opinião
Deserto cerrado de medo, estrada largada de mão
Voltei me redobrando em forças, soltando minha imaginação
Trazendo à mão a luz, um facho tornando clara a escuridão
Sou guia, sou rebento livre, tirando seus olhos do chão
Abrindo claros, lindas cabeças
Girando em toda direção
Crescendo, gerando perfeito
Seus feitos numa grande ação
Fazendo correr boca em boca,
Fazendo passar mão em mão